Procura por conversão de motor por gás veicular aumenta 25%
Nas últimas duas semanas, a procura pelo serviço de conversão de motor para o abastecimento por Gás Natural Veicular (GNV) aumentou 25% no Estado. No primeiro momento, a greve dos caminhoneiros foi a justificativa apresentada pelos interessados. No entanto, para quem sonha em reduzir essa despesa no orçamento mensal, o percentual de 49% de economia com combustíveis é aquele tipo de argumento que pode ser chamado de imbatível.
Há 51 postos que comercializam esse tipo de combustível no Estado, segundo a Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig), empresa do grupo Cemig que responde pelo serviço. Segundo o presidente da empresa, Pedro Magalhães, além de Belo Horizonte, há unidades da Gasmig em Contagem, Betim, Confins, Congonhas, Governador Valadares, Ipatinga, Juiz de Fora, Piraúba, Poços de Caldas, Santa Luzia, Sete Lagoas, Ubá e Vespasiano. “Hoje, a distribuição corresponde a 50% da capacidade instalada dos gasodutos que transportam o produto”, afirmou.
Incentivo
Além da oferta de GNV para residências e indústrias, a Gasmig também tem um plano de incentivo que visa aumentar o número de veículos convertidos no Estado. Lançada em dezembro de 2017, a Promoção GNV Roda Mais já resultou em 1 mil conversões de motores, até o final de março. O regulamento prevê um desconto de R$ 2 mil no serviço, desde que o motorista responsável pelo veículo faça a o registro da mudança junto aos órgãos competentes: Inmetro e Detran-MG. Dessa forma, o custo cai de R$ 4.800 para R$ 2.800.
“O preço dos combustíveis pesa para os profissionais que rodam muito, como motoristas de táxi e de aplicativos. Mas o condutor comum também já está descobrindo os benefícios do GNV. A economia é certa”, afirmou Magalhães. Até o momento, a Promoção atraiu 55% de condutores de Uber e outros aplicativos, 40% de taxistas e 5% de cidadãos comuns.
Balanço
Em 2017, a Gasmig apurou lucro líquido de R$ 149,3 milhões, com aumento de 52,8% ante o exercício anterior. O aumento do volume de gás distribuído e da receita bruta da Companhia são fatores que justificam o incremento. A receita líquida cresceu 22,5% e totalizou R$ 1,40 bilhão, graças ao aumento de 7,8% nas tarifas. Com isso, o resultado financeiro foi positivo em R$ 5,7 milhões no ano, ante prejuízo de R$ 34,1 milhões do ano anterior.
Em 2017, o volume total de gás distribuído atingiu a marca de 1,32 bilhão de metros cúbicos, com clientes nos segmentos industrial, comercial, automotivo e residencial. O volume vendido aumentou 12,7% em comparação a 2016 e atingiu 957,6 milhões de metros cúbicos.
As vendas para o segmento automotivo apresentaram crescimento de 7,2% em relação a 2016, impulsionadas por diversas ações de incentivo da Gasmig, como campanhas de revitalização das oficinas e pela promoção GNV Roda Mais. Esses resultados demonstram a reação do mercado mineiro de GNV em trajetória oposta aos resultados médios do segmento observados pelo país.
Espera de 60 dias
O aumento da procura pelo serviço de conversão de motores para GNV aumentou tanto que o prazo médio de marcação do serviço, nas oficinas credenciadas pela Gasmig, chega a 60 dias.
Com 20 anos de atividades, a Auto Gás, na região da Pampulha, só tem data na agenda para o início de julho. Segundo a empresária Simone Stradioto, o bônus de R$ 2.000 oferecido pela Gasmig e os aumentos sucessivos dos outros combustíveis têm despertado o interesse dos motoristas pelo GNV. “Acreditei no sistema em 1998 e abri a oficina. Tivemos bons e maus momentos. Em 2017, a empresa registrou crescimento de 70% no comparativo com o ano anterior”, destacou.
Além do serviço de conversão, a oficina também faz manutenção do sistema para uma lista de clientes fieis que, em 90% dos casos, chegam por indicação. Ela garante que o serviço é 100% seguro, desde que seja realizado por uma empresa credenciada. “O que não pode é fazer no fundo de quintal, com peças antigas ou usadas”, afirmou.
Aprovado
Dos três veículos do taxista e diretor comercial da Coopertaxi BH, João Costa Filho, um veio com a opção Tetra Fuel de fábrica. Para os outros dois, ele fez a conversão para o GNV. A última foi em 2015. “Hoje, o mercado é muito competitivo e os nossos clientes exigem a melhor prestação do serviço. Então, para ter um carro ‘top de linha’ é preciso ter a economia do GNV”, afirmou.
Para o taxista, a economia gerada pela conversão do motor vale a pena. “E olha que eu nem tive o incentivo financeiro da Gasmig”, pontuou.
Costa relatou, ainda, que graças ao serviço de conversão do motor para GNV, boa parte da frota da cooperativa fez o transporte dos funcionários da rede hospitalar da capital, durante a greve dos caminhoneiros.
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