GERALPOLÍCIA

Preso em operação da PF é o maior devedor fiscal do Estado e recebia auxílio emergencial

Um dos três presos durante a operação Receita da Família, deflagrada na manhã desta quarta-feira (7) pela Polícia Federal (PF) e Receita Federal, que investiga uma quadrilha especializada em lavagem de dinheiro, é o maior devedor fiscal do Estado.

O homem de 60 anos recebia até auxílio emergencial do governo. Ele é o líder da quadrilha, que deu prejuízo de mais de R$ 1 bilhão aos cofres públicos. Os outros dois presos são irmão e filho dele, que não tiveram as identidades divulgadas. As prisões são temporárias, mas podem ser prorrogadas.

A informação foi repassada durante coletiva realizada na Superintendência da PF, no bairro Gutierrez, região Centro-Sul de BH.

Chefe de fiscalização da Receita Federal, Wagner Bittencourt explicou como o homem operava o esquema de lavagem de dinheiro.“São vários autos e processos criminais abertos contra ele. Sempre que avançamos nas investigações, esse suspeito sai de cena e coloca um familiar no lugar. Desse jeito, o esquema cresceu e se tornou um negócio de família”, disse. 

As investigações apontaram que o grupo ostentava um alto padrão de vida, com carros de luxo e casas em condomínios de bairros nobres da região metropolitana de BH.

No meio disso, a esposa do líder do bando e outros familiares também recebiam o auxílio emergencial do governo federal. Além dos três presos, 15 pessoas são investigadas por participação na quadrilha.

Esquema criminoso

O grupo atuava em vários ramos do mercado financeiro. O bando teve empresas no ramo de factoring e mineração, além de fazer transações ilegais de dólares.

“Eles usavam uma empresa de compra e venda ilegal de ouro e pedras preciosas e não pagavam as tributações da Receita Federal. Também usavam laranjas para abrir empresas de fachada”, explicou o delegado Roger Lima de Moura, responsável pela investigação.

Segundo o delegado, os suspeitos já foram investigados pelos mesmos crimes e chegaram a ser condenados, há mais de 15 anos. “Alguns foram presos por receptação de ouro. Essa movimentação financeira era muito grande e sem uma origem, porque não tinham uma atividade lícita para isso”. 

 O delegado estima que a quadrilha tenha causado prejuízo superior a R$ 1 bilhão aos cofres públicos. “Com o decorrer das investigações é possível que esse valor aumente”, disse.

Operação Receita da Família

 As prisões ocorreram em Belo Horizonte e Nova Lima. Outros oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos, sendo um deles em uma casa de praia no Espírito Santo. Ao todo, 56 policiais participaram da operação.

Segundo a PF, a quadrilha atuava na prática de evasão de divisas, ocultação de patrimônio, sonegação fiscal e compra e venda de ouro e joias de forma ilegal. Somadas, as penas podem passar dos 20 anos de prisão.

Fonte: Hoje em Dia

COMPARTILHAR