GERALSAÚDE

Pesquisa aponta que não há limite seguro para consumir álcool; e agora?

 

Apesar de aparecer constantemente como fator que influencia no aparecimento de diversas doenças, falar sobre os limites para o consumo de álcool ainda é um tabu no Brasil. Até mesmo as entidades médicas do país não apontam um limite comum.

No Canadá, por exemplo, o cenário é diferente. Recentemente o Centro Canadense de Uso e Dependência de Substâncias atualizou as diretrizes e publicou que não existe limite seguro quando o assunto é álcool. Ou seja, qualquer quantidade oferece riscos à saúde. A mudança, considerada drástica por muitos países, foi justificada pelos especialistas como uma aprimoração das técnicas de pesquisa. Antes o país recomendava quase dois drinques por dia e agora recomenda dois por semana.

No Brasil não existe consenso entre os especialistas e o ultimato seguido é o da Organização Mundial da Saúde (OMS), que vai de encontro às políticas do Canadá e afirma que não há como consumir álcool com segurança absoluta. Apesar disso, a organização considera 10g de etanol puro como dose padrão, o que equivale a pouco mais de 350 ml de cerveja, e recomenda, no máximo, duas doses por dia, sendo que em pelo menos dois dias da semana não se faça nenhum consumo de álcool.

Em um cenário onde quase 3% dos brasileiros com mais de 15 anos são alcoólatras, segundo dados da Sociedade Brasileira de Neurologia (SBN) de 2022, é preciso ter autocrítica para entender a recomendação e procurar outras maneiras de relaxar ou sentir que está em um momento de lazer.

Conheça os principais danos causados pelo consumo, reduzido ou não, de álcool 

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS-OMS), o consumo de álcool é um fator causal em mais de 200 doenças e lesões. Ele está associado ao risco de desenvolvimento de problemas de saúde, tais como distúrbios mentais e comportamentais, incluindo dependência ao álcool, doenças não transmissíveis graves, como cirrose hepática, alguns tipos de câncer, como o de boca, faringe, laringe, esôfago, estômago, fígado, intestino (cólon e reto) e mama e doenças cardiovasculares.

Outros dados que chamam atenção:

  • Em geral, 5,1% da carga mundial de doenças e lesões são atribuídas ao consumo de álcool, conforme calculado em termos de Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade (DALY, sigla em inglês).
  • O consumo de álcool causa morte e incapacidade relativamente cedo na vida. Na faixa etária de 20 a 39 anos, aproximadamente 13,5% do total de mortes são atribuíveis ao álcool.
  • Existe uma relação causal entre o uso nocivo do álcool e uma série de transtornos mentais e comportamentais
  • Foram estabelecidas recentemente relações causais entre o consumo nocivo do álcool e a incidência de doenças infecciosas, tais como tuberculose e HIV/aids
  • Além das consequências para a saúde, o uso nocivo do álcool provoca perdas sociais e econômicas significativas para os indivíduos e para a sociedade em geral.

Fonte: Amirt

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