Mais uma vítima de violência doméstica liga para o Samu ‘pedindo pizza’ para denunciar agressor
Mais uma mulher simulou um pedido de pizza para pedir socorro contra um agressor. Ela ligou para o Disque 192 do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para denunciar um caso de violência doméstica. O caso aconteceu em Araguaína, no Norte do Tocantins.
Segundo o Executivo municipal, uma técnica auxiliar do Samu que atendeu o chamado estranhou, já que, segundo a prefeitura, o órgão recebe muitos trotes. No entanto, diante da insistência da vítima, ela notou que poderia se tratar de uma denúncia.
A atendente então perguntou se ela precisava de ajuda, sendo confirmada pela vítima. “Eu desconfiei e perguntei se ela precisava de ajuda. Ela disse que sim. Pedi o endereço e um ponto de referência, e disse que enviaria a pizza. Na mesma hora, entrei em contato com a Polícia Militar”, relatou a atendente.
Veja a conversa:
Samu: Samu, boa noite!
Vítima: A pizza que eu pedi aqui vai demorar muito?
Samu: aqui é do Samu, senhora.
Vítima: Sim, você sabe me dizer quantos minutos vai demorar para chegar porque estou agoniada. Meus filhos estão com fome, minhas duas crianças pequenas estão com fome. Vai demorar muito?
Samu: Você quer que mande a polícia até aí?
Vítima: sim, quero sim. O mais rápido possível porque estou esperando faz horas e meus filhos estão agoniados aqui.
Prisão
Após a denúncia, a Polícia Militar foi ao endereço informado e encontrou a mulher com várias marcas de agressões, configurando o crime de violência doméstica. O autor das agressões, companheiro da vítima, foi preso em flagrante.
O caso também foi registrado na delegacia da Polícia Civil e o inquérito foi enviado ao Ministério Público Estadual (MPE). O agressor foi indiciado por lesão corporal qualificada e injúria qualificada, em contexto de violência doméstica.
‘Senha’ para denúncias no 190
Conforme o Hoje em Dia informou, ligar para o 190 da PM para pedir pizza, hambúrguer ou até mesmo açaí é um código para mulheres vítimas de violência doméstica em Minas Gerais.
De acordo com a PM, os militares que atuam no Centro de Operações (Copom) são treinados para identificar casos do tipo e providenciar socorro às vítimas.
Fonte: Hoje em Dia