Pesquisa associa alimentos processados e ultraprocessados a 25 tipos de câncer
A ingestão de alimentos processados e ultraprocessados está associada a 25 tipos de câncer, mostra estudo realizado no Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/ USP). Tumor de cabeça e pescoço, de pâncreas, de cólon e da bexiga, além de adenocarcinoma de esôfago e carcinoma de células escamosas de esôfago estão na lista.
A pesquisa acompanhou cerca de 400 mil participantes de dez países europeus para investigar a associação de alimentos de acordo com o processamento e o risco de desenvolvimento de câncer.
Segundo o estudo, os ultraprocessados elevam as chances de se ter a doença e também têm reduzido valor nutricional, principalmente os que possuem aditivos para dar cor, sabor, aroma e alterar a textura.
De acordo com a pesquisadora Fernanda Rauber, de tudo o que a população brasileira consome, 10%, em média, são alimentos ultraprocessados. O ideal seria 5%, mas a própria composição dos alimentos seria um entrave para se alcançar esse índice.
Para Fernanda Rauber, são necessárias políticas públicas para barrar ou reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados no país. Mas não bastaria só a ação do governo, porque a população teria que aderir às novas práticas, uma mudança complicada pois os alimentos são práticos e saborosos.
“No Brasil, é mais fácil incentivar o hábito de voltar a cozinhar do que extinguir totalmente esses alimentos da mesa da população”, acredita.
Fernanda sugere que políticas públicas incentivem o consumo de frutas, legumes, verduras e de alimentos que são minimamente processados. A taxação de produtos industrializados é outra ação que poderia ser implementada, obrigando indiretamente a uma mudança nos hábitos da população.
O câncer é a segunda causa de morte no mundo. Em 2020, foram 19,3 milhões de novos casos da doença e 10 milhões de óbitos. Algumas estimativas sugerem que alimentação e estilo de vida saudáveis possam prevenir de 30% a 50% dos casos de câncer.
O governo federal tem um Guia Alimentar, com várias informações e recomendações sobre alimentação saudável.
Fonte: Hoje em Dia