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Semana pós-feriado começa com dor de cabeça para pais de alunos das escolas particulares

A semana pós-feriado vai começar com dor de cabeça para pais e responsáveis por estudantes da rede particular de ensino em Minas. Pelo menos 2 mil professores de 40 escolas devem cruzar os braços na próxima segunda-feira (11), segundo estimativa do sindicato da categoria (Sinpro). Já os representantes das instituições (Sinepe-MG) contestam o número, classificado como “exagero”.

Apesar da falta de consenso, em meio às reivindicações dos educadores, mobilizados para evitar a perda de direitos, é certo que os maiores prejudicados serão os alunos. Pai de duas crianças matriculadas na rede particular, o analista de sistemas Rodrigo Tavares, de 44 anos, diz apoiar o movimento, mas aguarda ansioso por um desfecho para a greve.
 
“A paralisação traz transtornos sim, não vou negar. Também me preocupa a reposição das aulas, porque a matéria precisa ser dada, e bem dada. Mas os professores estão certos de defender seus direitos”, afirma Tavares.

O analista reforçou a importância da valorização da categoria. “Na pandemia vimos como é difícil ensinar. Você não precisa dominar apenas o conteúdo; tem que ter didática, paciência e dom. Então temos que valorizar quem está na sala de aula. Além disso, a precarização da profissão é ruim para todo mundo, porque faz bons professores desistirem da carreira ou se mudarem para escolas que ofereçam melhores condições a eles. Jovens talentosos nem cogitam o magistério. Quem nós queremos que ensine os nossos filhos?”, diz. “As escolas têm que chegar a um acordo, e rápido, para a categoria inteira. Não podemos ficar na mão por mais tempo”.

O apoio aos educadores e a cobrança por uma rápida solução também são destacados em uma petição que começou a circular na última quarta-feira (6). No documento, as famílias solicitam ao Sinepe agilidade. “Nós, pais e alunos de estabelecimentos particulares de ensino, viemos publicamente manifestar nosso apoio aos professores. Pedimos que a negociação seja feita o mais rápido possível e os direitos dos professores sejam mantidos”.

O tão esperado acordo pode sair ainda na segunda. A categoria marcou nova assembleia, às 9h, na Assembleia Legislativa com o objetivo de avaliar a proposta patronal. A negociação se arrasta desde março. A categoria luta pelo adicional por tempo de serviço, isonomia salarial e férias coletivas. Em audiência no Tribunal Regional do Trabalho ficou acordado que Sinpro e Sinepe negociem no máximo até 14 de setembro.

Pelo lado das escolas, o sindicato dos estabelecimentos particulares informou manter contato com os pais de alunos. Além disso, faz questão de tranquilizar as famílias, garantindo que o impacto é menor, mas sem apresentar dados. “A grande e expressiva maioria das escolas particulares mineiras continuam funcionando nestes dias, com uma ou outra exceção”.

Fonte: Hoje em Dia

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