Riscos e oportunidades do uso da IA generativa no jornalismo

De um lado, há pressão pela inovação e, do outro, resistência por questões éticas, econômicas e estruturais. Este é o cenário das redações em relação à Inteligência Artificial generativa, conforme o relatório “IA Generativa: Riscos e Oportunidades para o Jornalismo” que traz um mapa das principais forças que impulsionam e restringem a adoção dessa tecnologia. A iniciativa é do OberCom (Observatório de Comunicação de Portugal) e do consórcio IBERIFIER (Iberian Media Research & Fact-Checkin) e lista seis forças de cada um dos lados citados acima.
Pressões para adoção da IA Gen no jornalismo
Eficiência e produtividade: Automação de tarefas repetitivas permite que jornalistas foquem em atividades analíticas e criativas.
Redução de custos: A IA substitui parte do trabalho manual, diminuindo despesas operacionais.
Personalização de conteúdo: Algoritmos ajustam notícias ao perfil e interesses do leitor.
Rapidez na análise de dados: Ferramentas de IA aceleram a leitura de documentos extensos e o cruzamento de informações.
Competitividade no setor: Redações precisam acompanhar tendências tecnológicas para se manterem relevantes.
Dependência de plataformas tecnológicas: Empresas jornalísticas são pressionadas a adotar IA para manter parcerias estratégicas.
Resistências à adoção da IA Gen
Medo da perda de empregos e autonomia editorial: Jornalistas temem a substituição por máquinas e a perda do controle sobre narrativas.
Alto custo de implementação: Nem todas as redações têm estrutura financeira para adotar a tecnologia.
Falta de regulamentação: Questões como direitos autorais e viés algorítmico ainda não têm regras claras.
Opinião pública reticente: Audiências podem desconfiar de notícias geradas por IA.
Infraestrutura deficiente: Muitos veículos não possuem tecnologia ou bases de dados adequadas para treinar modelos de IA.
Desafios éticos: A possibilidade de desinformação, alucinações e manipulação algorítmica preocupa especialistas.
Casos de uso e futuro da IA no jornalismo
O relatório destaca que 54% das redações já usam IA para geração de conteúdo e 44% para pesquisa simplificada. Cita empresas como Financial Times, Reuters e The Washington Post que desenvolvem ferramentas próprias para integrar IA de forma ética e estratégica. E apesar das preocupações, a conclusão é de que a IA generativa tem potencial para potencializar o jornalismo de qualidade, desde que implementada com responsabilidade. Por fim, o estudo lembra que regulamentação, capacitação profissional e transparência no uso dessas tecnologias são passos essenciais para que a revolução digital beneficie tanto jornalistas quanto a sociedade.
Metodologia
O relatório foi produzido a partir de pesquisas quantitativas e qualitativas, incluindo levantamentos com jornalistas e editores, análise de casos reais de uso da IA em redações, revisão de relatórios da WAN-IFRA e Associated Press, além do monitoramento de tendências globais a partir de dados do Reuters Institute e Bloomberg. O estudo também leva em conta aspectos regulatórios, ações judiciais, como o processo do New York Times contra a OpenAI, e a influência das grandes plataformas tecnológicas no ecossistema midiático.
Baixe o relatório completo – AQUI.
Fonte: Amirt