GERAL

Após voltar para casa, ‘Menino do Acre’ dá sua primeira entrevista

Bruno Borges, menino do acre

Na última sexta-feira (11), por volta das 5h30, chegou ao fim a história misteriosa de Bruno Borges, o ‘Menino do Acre’, que voltou para casa após ficar quase cinco meses desaparecido. Nesse domingo (13), o rapaz deu uma entrevista ao ‘Fantástico’, da TV Globo, a primeira desde a sua volta para casa.

Durante as investigações, a Polícia Civil do Acre descobriu que Bruno assinou um contrato de publicação dos livros que ele deixou criptografado no seu quarto. Pelo contrato, 19% do lucro será dividido para dois amigos, outros 15% para um primo que emprestou R$ 20 mil para o estudante, 5% ficará com a editora e os outros 61% ficarão com Bruno e a família.

O delegado Alcino Sousa Júnior disse que toda essa história seria uma ação de marketing do livro, já que o contrato feito entre as partes tinha inclusive datas pré-fixadas para o lançamento das obras.

Veja alguns trechos da entrevista:

“Meu maior objetivo com esse projeto foi estimular as pessoas a adquirirem conhecimento”, disse Bruno.

“Quando me deparei com ele demos um abraço muito forte, as minhas pernas quase bambearam e ele (o vizinho da família) me segurou para não cair. Como presente do Dia dos Pais, pra mim não teve coisa melhor”, declarou Athos Borges, pai do estudante.

“O que eu posso dizer é que eu estava isolado, eu não tive acesso a nada porque senão iria quebrar todo o meu objetivo. Eu busquei isolamento justamente para não ser atrapalhado pelo coletivo”, falou Bruno

Ao ser perguntado sobre onde teria ficado durante o isolamento, Bruno disse que isso seria irrelevante, pois o que importa é o objetivo. Ele admitiu que teria ficado “em meio à natureza”. Sobre detalhes do isolamento como o local que dormia e o que comia, ele disse que não falaria.

“Eu fiz um estudo sobre o local que eu estava indo, o que eu ia precisar para ficar lá dentro”, admitiu o estudante.

“De me isolar eu não me arrependi, mas de não ter avisado foi uma das coisas que eu mais me arrependi na minha vida. Foi um grande erro que eu cometi não ter avisado aquelas pessoas que têm um carinho muito especial por mim. Eu pensei que com tudo o que eu tinha deixado, todo mundo ia saber que eu tinha me isolado para buscar a verdade da vida no momento em que olhassem o meu quarto do jeito que eu deixei”, disse Bruno.

“Um desses objetivos foi tornar as pessoas mais ávidas pelo misterioso. Quem não gosta do misterioso meio que está morto, está inerte. O mundo é um mistério. Nós não sabemos de nada ainda, então como podemos não gostar do mistério?”, declarou o estudante.

“A estátua (de Giordano Bruno, afixada no quarto do estudante), é também uma maneira de eu querer que as pessoas busquem os conhecimentos dele por achar que aqueles conhecimentos são importantes”, falou Bruno.

“Tudo o que eu fiz foi com o objetivo principal, porque tiveram muitos objetivos, de estimular as pessoas a adquirirem conhecimento. À medida que a gente vê que muitas pessoas começaram a buscar conhecimento através disso, podemos perceber que deu certo. O fato de eu ter me isolado era pra buscar uma verdade dentro de mim que eu estava precisando encontrar, eu estava precisando me reencontrar, de renascer”, declarou.

“O fato eu ter feito o contrato com eles é justamente o fato de que eu não me importo com o dinheiro. O trabalho deles nesse projeto foi muito importante para realizar o meu sonho”, disse o estudante ao ser perguntado sobre o contrato apotando pela investigação.

“Eu trabalho aqui no Acre há mais de trinta anos, tenho uma condição de vida razoável, não preciso disso. Seria um plano de marketing talvez para que as pessoas conhecessem a obra dele”, defendeu Athos Borges, o pai do estudante.

“Construir uma carreira, continuar escrevendo as coisas que eu acredito que são importantes. Nunca parar de adquirir conhecimento e ajudar as pessoas de alguma maneira e aprender mais comigo mesmo”, planejou o estudante.

O TEMPO

COMPARTILHAR