Começa o Mineiro de Vôlei, com alto nível na quadra
O vôlei mineiro está, mais do que nunca, em evidência. Se as meninas têm desafiado a hegemonia do Rexona (agora Sesc-RJ) e batido na trave, entre os homens não só o domínio é celeste há três temporadas consecutivas, como os quatro representantes terminaram entre os oito primeiros da Superliga 2016/2017. E apenas São Paulo conta com um estadual de nível técnico equivalente.
Pois nesta sexta-feira a bola ganha a quadra para o Mineiro 2017. Sada Cruzeiro e Montes Claros abrem a competição às 20h no Riachão, com a promessa de muita qualidade dos dois lados – o Minas Tênis estreia semana que vem e o JF Vôlei, de Juiz de Fora, no próximo dia 8.
Até mesmo por ter mantido a base da temporada passada – a principal mudança foi a saída do “mago” William (que acertou com o Sesi-SP) e sua substituição pelo argentino Nicolas Uriarte, o Cruzeiro assume o papel de favorito.
Ao menos por enquanto, o técnico Marcelo Méndez não contará com o central Isac e o ponteiro Rodriguinho, que treinam com a Seleção Brasileira para a Copa dos Campeões, entre os dias 12 e 17, no Japão. Éder Levi e Pablo são, respectivamente, a primeira opção para substituí-los. Serginho, Leal, Evandro, Filipe e Simón, por sua vez, estão à disposição.
“A expectativa é muito boa, estamos treinando em dois períodos para o Mineiro e também a Superliga e o Mundial Interclubes. Montes Claros e Minas se reforçaram bastante, nosso adversário da estreia conta com jogadores rodados, como Sandro e Lorena, e o Juiz de Fora mantém a base, que é de atletas de nosso grupo, cedidos em parceria. Todos virão com tudo para nos superar, o que será muito bom para o nosso trabalho, pois seremos testados exaustivamente. O campeonato tem tudo para ser ainda mais difícil que o do ano passado”, afirma o comandante do esquadrão celeste, hoje o time a ser batido no planeta.
O argentino se mostra satisfeito com o entrosamento de Uriarte (titular da seleção de seu país e filho de Jon Uriarte, ex-técnico do Minas) com os colegas e lembra que os próximos jogos, não apenas pelo Estadual (o Cruzeiro fará amistosos com o Personal Bolivar e disputará um torneio amistoso no país vizinho) servirão para ajustar o tempo de bola do levantador e dos atacantes, depois de sete anos com William na distribuição de jogadas.
Experiência
No Minas, o promissor grupo de atletas capaz de bater, por exemplo, o vice-campeão Sesi na última Superliga – Felipe Roque, Carísio e Rogerinho integram a Seleção Brasileira no Mundial Sub-23 e Abouba disputa a Universíade – ganhou a experiência fundamental para se tornar, na linguagem do esporte, mais “cascudo”.
Além de manter o ponteiro cubano Bisset e o central Flávio, o clube da Rua da Bahia trouxe de volta o levantador Marlon e contratou o ponteiro Bob Dvoranen, ex-Montes Claros. Não por acaso, a expectativa do técnico Nery Tambeiro e do grupo é ao menos repetir a campanha de 2016, que valeu o vice estadual.
E se o Juiz de Fora perdeu o oposto Renan Buiatti, de 2,17m, revelação da Superliga e atleta da Seleção, trouxe um substituto igualmente de potencial: o venezuelano Emerson Rodríguez, vice-campeão sul-americano. O técnico Henrique Furtado espera que mais uma vez sua jovem equipe dê trabalho aos adversários.
Sistema
Com a concordância das equipes e a preocupação em reduzir os custos e facilitar a logística, a tabela da primeira fase prevê dois confrontos entre cada time, não necessariamente com mandos invertidos.
O Montes Claros fará cinco jogos no Poliesportivo Tancredo Neves; o Sada Cruzeiro quatro no Riachão; o JF Vôlei mandará as partidas contra o Minas no Ginásio da UFJF e o MTC fará apenas uma partida como mandante: justamente o clássico que repete a final do ano passado, no Poliesportivo de Mariana. As posições definem os confrontos em jogo único das semifinais, com mando das equipes de melhor campanha, assim como na decisão.