Acordo coletivos Metabase: Vale e Anglo
O Sindicato Metabase de Itabira e Região continua em negociação com as principais mineradoras do Brasil, já que a data-base destas empresas vence entre os meses de setembro e novembro. Nesta manhã aconteceu mais uma rodada de negociações, desta vez com a empresa Anglo American, sediada em Conceição do Mato Dentro, distante 170 quilômetros. O Metabase chegou a suspender as negociações com a empresa já que de acordo com o presidente André Viana “Pato Roco”, ela não estava dando o devido respeito às solicitações dos trabalhadores. “A volta da negociação foi depois da garantia que iríamos discutir com detalhes as solicitações que recebemos da classe. Apresentaram uma proposta que rejeitamos, já que ainda não atende nosso desejo”, disse “Pato Roco”.
Principais propostas:
Reajuste salarial em 3,5%; abono de R$1.200; reajuste cartão alimentação em 4,06% – R$885; reajuste no piso salarial em 3,8% – R$2.189. “Sabemos que podemos avançar mais, bem mais, por isso essa proposta, apesar de pequenos avanços, pode crescer ainda mais e vãos atrás disso”, salientou o presidente.
Negociações com a Vale têm clima tenso.
Ao final da tarde o clima esquentou no auditório do Sindicato Metabase. A proposta da empresa Vale em transferir para a modalidade Enfermaria o plano de saúde dos trabalhadores exaltou os ânimos dos diretores e eles chegaram a levantarem da mesa de negociações demonstrando forte indignação com a empresa. “Em cinco anos e cinco acordos coletivos como presidente desta instituição, junto aos diretores, nunca negociamos nenhum retrocesso nos direitos e benefícios já adquiridos. Estamos dispostos, juntos com a categoria, ir até às últimas consequências, caso a empresa insista neste retrocesso absurdo. Não negociamos com o atraso e retrocesso. Proteger o conquistado e avançar em novas conquistas, isso é o que faremos”, disse o presidente André Viana, que completou: “O Sindicato Metabase de Itabira e Região e sua diretoria exigiu da vale a manutenção integral da proposta com possibilidade de abandono irreversível da mesa e inclusive judicialização das negociações. Insisto: não negociamos com retrocesso; diante da posição firme e disposição de luta, inclusive da paralisação por parte dos trabalhadores, a empresa solicitou uma outra reunião para apresentar nova proposta”. Dia 13 de novembro, sindicato e empresa voltam à mesa de negociações. “Esperamos que a vale retorne com o respeito que os guerreiros e guerreiras merecem. A resistência vai continuar, a luta vai continuar, a coragem vai aumentar. Disse “Pato Roco”
Com lucros no 3º trimestre de R$13,8 bilhões, Vale alega dificuldades
A empresa alegou dificuldades graças aos sucessivos aumentos nas áreas de saúde privada, que consequentemente reflete no plano de saúde (AMS) que a empresa oferece aos seus funcionários. A Participação nos Lucros e Resultados foi outro ponto destacado pela empresa, já que o “gatilho” serve como base para se atingir a nota global do Fator Vale (os trabalhadores precisam atingir as metas determinadas pela empresa). De acordo com a Vale, os trabalhadores atingem com frequência essa meta, com valor máximo, e ela alega “ter uma frouxidão neste atingimento”, facilitando se chegar à meta determinada. Outra alegação da mineradora é o constante aumento do custeio com os empregados. A empresa diz que a cada ano estas despesas em manutenção com pessoal cresce, dificultando ainda mais o processo financeiro. Por último, afirmam que têm sofrem uma desvantagem financeira frente a muitas empresas com relação ao pagamento da insalubridade, já que, na maioria dos casos, as empresas pagam uma porcentagem baseado no salário mínimo e na Vale, é pago baseado em seu piso salarial, que é maior do que o salário mínimo vigente (o pagamento varia de 10% à 40% dependendo do grau de insalubridade).