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Atlético domina o jogo, vê gol não assinalado e vence o São Paulo no Independência

Fábio Santos converteu cobrança de pênalti para fazer o gol da vitória do Galo no Horto

Os 17 mil torcedores do Atlético que foram ao Independência na véspera de um feriado prolongado tiveram um gosto raro neste segundo semestre de 2017. O resultado foi um aplauso para o time, após vitória de 1 a 0 contra o São Paulo.

O resultado foi magro diante das chances criadas, principalmente no primeiro tempo. O gol solitário de Fábio Santos, de pênalti, fez justiça a um time com volume de jogo, Robinho querendo brilhar, volantes com desarmes afiados e um conjunto que soube superar até mesmo um gol não assinalado pela arbitragem.

GALO DOMINA, FALTA O GOL
O primeiro tempo do duelo no Independência foi praticamente um monólogo do Atlético. O clube mineiro fez uma apresentação como há muito não se via, de completo domínio das ações. Não por acaso deixou o gramado para o intervalo sob aplausos.

Quem recebeu vaias e xingamentos foi o trio de arbitragem, que poderia ter sido salvo pelo juiz adicional de linha de fundo. Entretanto, ele não viu a bola cruzar o gol são-paulino numa jogada de disputa de bola de Felipe Santana com  a zaga tricolor. Sidão tirou a bola dentro do gol, e o jogo seguiu.

Este gol não assinalado foi fruto de jogada de Robinho. O camisa 7, inclusive, era o símbolo da performance do Galo. Correu, brigou, chutou e armou. Faltou, entretanto, capricho em alguns momentos.

Não faltaram oportunidades claras para o Atlético abrir o placar. Principalmente com lançamentos de ponta a ponta. Nesses, Robinho e Valdívia saíram na cara de Sidão, mas finalizaram para fora. Quem ficou sumido foi o atacante Fred, sem jejum de gols e azarado, pois nem o rebote limpo para ele caía nas redes.

O São Paulo tinha apenas uma luz num time limitado. Hernanes, quando acionado, conseguia distribuir o jogo. Porém, Victor não trabalhou na etapa final. Até porque o atacante Lucas Pratto foi totalmente anulado por um Gabriel perfeito no jogo aéreo, na antecipação e roubada de bola.

A surpresa da noite foi Roger Bernardo. O volante, escalado no lugar do suspenso Elias, parecia outro jogador. Frio, bem nos desarmes e até mesmo com visão de jogo apurada, quando deixou Robinho na cara do gol com um passe para furar a defesa do São Paulo.

Na defesa alvinegra, Marcos Rocha também não soube se sobressair. Errou botes em sequência, ficava fora de posição ao tentar recuperar a bola e parecia sem fôlego para ajudar Cazares no ataque pelo lado direito.

PÊNALTI TEM DONO
O cenário da partida se manteve no início da etapa final da partida. O Atlético, com menos fôlego, entretanto, preferia trabalhar mais as jogadas. Fábio Santos recebeu dois belos passes de Robinho, só que o cruzamento para a área não era eficiente.

O camisa 6 do Atlético, porém, logo receberia um presente na partida. Marcos Rocha e Valdívia fizeram jogada de esperteza em cobrança de lateral. O meia-atacante saiu livre na entrada da pequena área e foi deslocado pelo zagueiro Bruno Alves.

Pênalti marcado para o Atlético, e cobrado mais uma vez por Fábio Santos, forte no canto. O lateral está 100% no quesito no ano, com quatro gols no tempo normal, sem contar diante do Londrina na disputa pós-90 minutos.

O gol fez o São Paulo acordar e tentar ações mais arriscadas no ataque, sem tanta timidez. Num desses lances, Lucas Pratto apareceu pela primeira vez. Recebeu cruzamento e subiu mais do que Fábio Santos. Victor foi obrigado a defender meio no susto.

A equipe da casa, então, teve algo inédito no jogo: o contra-ataque. Faltava velocidade para Robinho e Fred, porém. Mas Valdívia e Cazares conseguiram fazer tabelas, só que  não era a noite do equatoriano. Num erro individual, deixou a partida por cansaço. Seu substituto, Otero, entrou em campo quase marcando, ao dar um bonito voleiro perto da trave em passe de Marcos Rocha.

Logo em seguida, o venezuelano cobrou escanteio, e novamente o Atlético viu Sidão (desta vez de forma legal) impedir o gol em dois chutes à queima roupa.

Defesa por defesa, Victor não ficou atrás. Num momento em que o Galo desperdiçava ataques, o São Paulo obrigou o camisa 1 alvinegro a fazer grande defesa em cabeçada de Lucas Pratto. O argentino acordou na partida e deu trabalho para Santana e Gabriel, e o Atlético deixava de matar a partida pelos vacilos na frente. Valdívia, por exemplo, quis fazer jogada individual e perdeu a bola quando tinha três opções de passe.

Neste momento, o Poko Pika estava fazendo hora extra no gramado, errando em sequência. Logo depois, foi substituído para a entrada de Clayton. O Galo, na reta final do jogo, tentava cadenciar a bola e se proteger da ameaça do empate. Num erro da zaga são-paulina, Rafael Moura (que entrou no lugar do nulo Fred) acionou Robinho livre, mas o camisa 7 já não tinha tangue para a corrida e, ao driblar Sidão, deixou a bola escapar.

Mas o São Paulo parou de produzir chances perigosas e o Galo soube segurar o resultado para se aproximar da zona de classificação à Libertadores. Resultado importante, uma vez que a vitória paulista faria o Tricolor ultrapassar o time mineiro na tabela.

FICHA TÉCNICA
Atlético 1×0 São Paulo

Atlético: Victor; Marcos Rocha, Felipe Santana, Gabriel e Fábio Santos; Adilson e Roger Bernardo; Valdívia (Clayton), Cazares (Otero) e Robinho; Fred (Rafael Moura). Técnico: Oswaldo de Oliveira

São Paulo: Sidão; Militão, Rodrigo Caio, Bruno Alves e Júnior Tavares; Petros e Hernanes (Shaylon); Marcos Guilherme, Jonatan Gómez (Jucilei) e Lucas Fernandes (Maicosuel); Lucas Pratto. Técnico: Dorival Júnior

Gols: Fábio Santos; aos 7’/2ºT
Arbitragem: Heber Roberto Lopes, auxiliado por Helton Nunes e Thiaggo Americano Labes. Trio de Santa Catarina.
Cartões amarelos: Militão e Bruno Alves (SAO)
Público: 17.606 pagantes
Renda: R$ 296.355,00

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