GERALSAÚDE

BH solta 7,5 milhões de mosquitos ‘turbinados’ para barrar dengue, zika e chikungunya

 

Principal estratégia a longo prazo para barrar dengue, zika e chikungunya, a soltura do mosquito Aedes Aegypti modificado com a bactéria Wolbachia foi ampliada em BH. Mais de 7,5 milhões de insetos foram soltos em áreas de seis das nove regionais. Ainda não há resultados do projeto que promete reduzir em até 70% a incidência das doenças, mas a expectativa é boa. Os impactos devem ser mensurados no início de 2024.

Atualmente, BH registra 584 casos de dengue, com um óbito. O cenário também é de alerta para a chikungunya, que já deixou 333 pessoas doentes.

A soltura dos mosquitos acontece nas regionais Barreiro, Centro-Sul, Oeste, Noroeste, Norte e Pampulha. A ação é feita em parceria com a organização internacional World Mosquito Program (WMP), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Ministério da Saúde. O estudo, iniciado em 2020, está na fase 3.

Na primeira etapa, três áreas de abrangência de centros de saúde, em Venda Nova, receberam o vetor modificado. Já na segunda, um estudo clínico de controle foi realizado em 59 áreas, distribuídas em todas as regionais de BH, para comparar a ação do inseto em áreas demarcadas. Agora, na terceira fase, ocorre a expansão.

Segundo o diretor da Zoonoses da PBH, Eduardo Viana, a soltura proporciona uma substituição gradativa da população de insetos. A partir do cruzamento dos vetores com e sem a bactéria será possível nascerem apenas mosquitos com Wolbachia, microrganismo que impede a transmissão das das arboviroses para humanos ou animais. 

A queda de 70% na incidência da doença gerada pela liberação do Aedes com a Wolbachia, foi atestada em um estudo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. 

Expansão
Conforme Eduardo Viana, a estimativa é que até 2025 todas as regionais de Belo Horizonte recebam o projeto. “Depois seguimos com estratégias de vigilância e acompanhamento. Em áreas que notarmos que a população de mosquitos com wolbachia caiu, a gente pode fazer novas solturas para multiplicarmos o vetor e, assim, prevenir as arboviroses no município”.  

Na capital, os animais são produzidos em uma biofábrica no bairro São Francisco, na Pampulha. Um espaço semelhante será criado na Gameleira, região Oeste, com gerência do governo estadual. As obras devem ser finalizadas em maio de 2024.

Fonte: Hoje em Dia

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