Carros ‘flex’ completam 20 anos com desafio de se adaptarem aos motores elétricos
Em março de 2003 foram lançados os primeiros carros brasileiros com motor “flex”, capazes de rodar com dois combustíveis: gasolina e etanol. Para comemorar a data, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) lançou, o projeto “Movido pelo Agro”, que envolve a valorização da produção de álcool da cana de açúcar no Brasil.
Vinte anos depois da “flexibilização” dos motores, o desafio é fazer uma nova “mutação tecnológica” e consolidar os motores híbridos de etanol e eletricidade. “O conjunto de agentes de mercado que compõem o ambiente do etanol no Brasil está atento a essa tendência e, em um movimento de antecipação, quer fazer da ameaça de mercado uma oportunidade”, disse Mário Campos, presidente da Siamig, associação que representa a indústria de álcool e açúcar de Minas.
Atualmente, 84% da frota de veículos que circula no Brasil é “flex”, ajudando na geração de 170 mil empregos diretos e indiretos. “Ainda assim, apenas 40% dos motoristas abastecem com álcool e nós ainda importamos gasolina. O que mostra a possibilidade de crescimento do setor”, afirmou Campos.
Convencer o consumidor
Os preços do etanol e da gasolina seguem atrelados e existe uma tendência no mercado de que os dois variem juntos, como ocorreu recentemente na reoneração dos combustíveis. O governo federal aumentou os impostos da gasolina em R$ 0,49 e, do álcool, apenas R$ 0,02. Porém, nos postos os motoristas encontraram uma relação de preço que se manteve igual, por volta dos 70%, que é o limite que considera mais favorável o abastecimento com etanol.
A saída adotada pelos produtores de cana de açúcar é mostrar ao consumidor as vantagens ambientais do abastecimento com álcool. Segundo informações da Faemg, os motores movidos a etanol produzem quase um terço do dióxido de carbono (CO²) gerado por veículos a gasolina. “Na cana se aproveita quase tudo e essa escolha é parte da solução para os problemas ambientais que o mundo enfrenta hoje”, afirmou Antônio de Salvo, presidente da Faemg.
Para mostrar que é possível, o presidente da federação assumiu o compromisso de convencer todos os produtores e sindicatos rurais de Minas a adotar o etanol como combustível de suas frotas.
Mário Campos lembrou que a tecnologia dos motores a etanol já foi bastante testada e aprovada. “Hoje o consumidor pode escolher o combustível que quer utilizar com a segurança de um motor eficiente”, afirmou.
Fonte: Hoje em Dia