Dentista que se passava por major do Exército é encontrado morto
O dentista Eudes Rodrigues Libânio, de 47 anos, que havia sido preso na última quinta-feira (20) por se passar por major do Exército e por porte ilegal de armas, foi encontrado morto na manhã deste sábado (22) na piscina da sua casa, no bairro Fernão Dias, na região Nordeste de Belo Horizonte. Ele tomou vários frascos de medicamentos, cortou o pulso da mão esquerda com uma faca e o corpo foi encontrado submerso.
A funcionária da casa, que trabalha no local há quatro meses, chegou para trabalhar às 7h30 e encontrou várias cartas que o dentista havia deixado espalhadas pela residência.
Ao olhar para a piscina, a empregada percebeu o corpo na água. Duas embalagens de remédios controlados, quatro tubos de anestésicos, uma seringa e duas facas estavam na borda da piscina.
A funcionária contou à polícia que o dentista passou a sexta-feira deprimido, chorando muito e dizendo que iria se matar, que não aguentaria o fato de ter sido preso. Ela disse ter ficado preocupada e telefonou para os familiares dele para explicar a situação e pedir que fossem ajudá-lo.
Aviso
Um homem ouvido pela polícia contou que, por volta das 23h30 da noite anterior, recebeu uma ligação do dentista dizendo que iria se matar. O homem contou que procurou a irmã da vítima e foram juntos para a residência dele. Os dois ficaram até por volta de 1h20 tentando acalmar o homem e depois foram embora. Às 3h40, Libânio enviou uma outra mensagem para o celular do amigo, como se fosse uma despedida.
A funcionária ficou desesperada ao encontrar o corpo pela manhã. Ela telefonou para a Polícia Militar (PM) e avisou a mulher do dentista, que mora com parentes numa casa do outro lado da rua. Equipe médica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) constatou a morte. A mulher de Eudes não quis conceder entrevista.
Peritos estiveram na casa e o corpo foi retirado da piscina pelo Corpo de Bombeiros. O caso foi encaminhado para 2ª Delegacia Leste para apuração, que deverá requisitar da família as cartas deixadas pelo dentista.
Há cerca de um mês, o dentista e mulher, que seria oficial do Corpo de Bombeiros, estavam separados. Com o filho deles, um bebê de 1 ano e 8 meses, ela voltou para a casa dos pais, que fica em frente ao imóvel que o casal vivia.
O TEMPO