Em Minas, 80% dos criminosos na lista dos mais procurados foram parar na cadeia
Oito em cada dez criminosos que tiveram o nome inscrito na lista do “Procura-se” em Minas já foram encontrados pelas forças de segurança. Em seis edições do programa – que faz uma divulgação maciça de foragidos da Justiça, todos de alta periculosidade –, 59 dos 74 alvos acabaram atrás das grades ou mortos em conflito. Na atual, que também entra no balanço, dois a cada três bandidos já foram tirados de circulação.
A lista vigente foi lançada em agosto do ano passado, com 12 inscritos. Tem foco em homens com mandados de prisão em aberto e práticas reiteradas de crimes. As condenações somam 400 anos de prisão.
Do total de procurados inicialmente, restam quatro em liberdade. A última prisão aconteceu há uma semana. Foi quando Eberton Sales Morais, de 39 anos, também conhecido como Chabalá, foi rendido, no interior de São Paulo, pela equipe da Polícia Civil de Três Corações. Ele estava escondido na zona rural de São José dos Campos e usava um nome falso.
Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), havia três mandados de prisão contra Eberton, por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. O homem, inclusive, havia sido alvo de uma operação policial em Minas em 2019, considerada uma das maiores ofensivas contra o crime organizado no Estado, e que teve como objetivo a desarticulação de redes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) em território mineiro.
Dos outros sete foragidos, dois morreram – um em confronto com traficantes, no Rio – e o outro em um tiroteio com policiais. Entre os demais, apenas um foi localizado em Minas – estava em Belo Horizonte. Os restantes foram encontrados em Cabo Frio, na Região dos Lagos, no Rio; dois na capital fluminense, sendo um deles no Complexo da Maré; e um em São Paulo (capital).
Como a campanha faz a divulgação dos procurados em cartazes e de forma virtual, ajuda a inibir a circulação dos criminosos listados – o que também pode explicar a ida deles para fora do Estado.
Nas cinco edições anteriores do Procura-se – em 2011 (duas listas), 2012, 2017 e 2021 – foram presos 51 dos 62 alvos lançados.
O programa é coordenado pela Sejusp, em parceria com a Polícia Civil, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros Militar, a Polícia Penal, o Sistema Socioeducativo, o Ministério Público e o Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Funciona a partir de ações qualificadas das polícias, das Agências de Inteligência e da participação do cidadão, por meio de denúncias ao 181.
Ajuda da populalação
A atuação da comunidade tem sido fundamental para ajudar a polícia na captura. Em 2022, o Hoje em Dia mostrou que a população ajudou as forças de segurança a prender metade dos bandidos mais perigosos de Minas nos últimos anos.
Eram homens que praticaram homicídios, tráfico de drogas e explosões de caixas eletrônicos e acabaram denunciados por meio de ligações anônimas pelo telefone 181. Todos estavam com mandado de prisão em aberto – alguns, há mais de uma década.
Fonte: Hoje em Dia