GERALSAÚDE

Estudo norte-americano aponta remédio que diminui vontade de consumir bebidas alcoólicas

 

Um novo remédio promete ajudar as pessoas a sofrer menos após uma longa noite de bebidas com os amigos. Um estudo publicado em dezembro pelo “The American Journal Psychiatry”, mostra que pessoas que bebem demais podem se beneficiar ao tomar uma dose de naltrexona antes de consumir bebidas alcoólicas. 

O remédio bloqueia as endorfinas e reduz a euforia da intoxicação. Aprovado nos Estados Unidos para o tratamento da dependência do álcool há quase 30 anos, a medicação é, normalmente, prescrita para pacientes com distúrbios alcoólicos mais graves e que precisam tomá-la diariamente para se absterem de beber.

A pesquisa foi divulgada em um momento importante para os Estados Unidos. Segundo o jornal The New York Times, as mortes relacionadas ao álcool no país já ultrapassam as 140 mil por ano. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o consumo de álcool é um fator que contribui para mais de 300 mil mortes anualmente nas Américas.

E é com a preocupação com o aumento dos números que a pesquisa foi idealizada. Quase metade dos consumidores americanos relataram compulsão, que é definida pelo fato de consumir mais de quatro drinques em uma saída para homens e mais de três para mulheres, em relação ao mês anterior, de acordo com uma pesquisa de saúde feita pelo governo dos Estados Unidos

No estudo, 120 homens entrevistados disseram que queriam reduzir a compulsão, mas não eram gravemente dependentes do álcool. Eles receberam naltrexona para tomar sempre que sentissem desejo por álcool ou antecipassem um período de bebedeira pesada.

O estudo de controle foi feito de forma aleatória, então metade dos homens recebeu naltrexona e metade recebeu um placebo, e nem os participantes nem os cientistas sabiam quem havia recebido qual. A cada semana, os participantes também receberam aconselhamento sobre como reduzir o uso de álcool.

No final da pesquisa, que durou 12 semanas, aqueles que receberam naltrexona relataram compulsão com menos frequência e consumiram menos álcool no período, em relação a aqueles que receberam placebo. O efeito colateral mais relatado foi da naltrexona foi a náusea, embora geralmente fosse leve e se resolvesse à medida que as pessoas se ajustassem ao uso do medicamento.

Os médicos alertam que tomar naltrexona gradativamente, em vez de uma dose diária, pode ser mais tolerável para algumas pessoas, pois permite que seus níveis de dopamina se recuperem entre os usos. A abordagem também pode permitir que as pessoas se sintam mais no controle de seu tratamento.

O estudo recente inscreveu exclusivamente homens gays e transgêneros, grupos nos quais há uma maior prevalência de consumo excessivo de álcool, portanto, as descobertas podem não ser aplicáveis ​​a todos os bebedores excessivos. Os participantes foram recrutados “por meio de divulgação nas ruas, folhetos de recrutamento, clínicas de saúde sexual, organizações comunitárias, bares, sites e mídias sociais”, de acordo com o estudo, e participantes adicionais em um estudo não relacionado também foram convidados a participar. Quase todos os envolvidos no estudo relataram ter alguma educação universitária e visitar um profissional de saúde regularmente.

Fonte: Hoje em Dia

COMPARTILHAR