Itabira registra primeira morte por febre amarela
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou hoje (31), o primeiro caso de febre amarela na cidade. A secretária de saúde em exercício, Lauana Matozinho, ao lado do chefe de gabinete, Gustavo Milânio, e a superintendente em Vigilância de Saúde, Thereza Andrade, confirmaram a morte de um homem de 42 anos, morador da zona rural de Itabira. O trabalhador rural faleceu no último sábado (27) e o motivo da morte foi confirmada hoje.
Segundo a superintendente, a área pertence à região do bairro Pedreira, local em que 100% das residências foram atendidas pela campanha de vacinação. Thereza Andrade informou ainda, que a vítima foi o único morador da região que não aceitou a vacina. “Ele se negou a tomar a vacina. Foi orientado várias vezes pela agente de saúde, mas segundo relato dela, ele dizia que não precisava tomar.”.
O paciente deu entrada no Hospital Nossa Senhora das Dores, no dia 19 de janeiro, com febre. Foi medicado, ficou em observação e recebeu alta. Após alguns dias, retornou ao hospital e foi internado. O paciente entrou no caso de insuficiência renal e, posteriormente, foi encaminhado à Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), mas não resistiu. Ele estava sob o protocolo das febres hemorrágicas (dengue, chikungunya, febre maculosa e febre amarela).
Seguindo a regulamentação, a área em que a vítima frequentava foi bloqueada desde quando gerou a suspeita da doença. “O bloqueio é a partir do momento em que há uma suspeita. A vigilância epidemiológica trabalha em cima de casos suspeitos. Não precisa ter a informação nem a confirmação do caso. Nós precisamos apenas do levantamento da suspeita de determinada doença e, a partir de então, fazemos o bloqueio.”. A superintendente explicou ainda como é o processo de isolamento. “O bloqueio é feito a partir do endereço da pessoa, no raio de 500 metros.”, finalizou.
A SMS alerta que é necessário guardar o cartão de vacina, pois ele é um documento. Mesmo a vacina sendo de graça, precisa de acompanhamento. Pois, como todo medicamento, precisa ser tomado de acordo com a descrição. Mas, na dúvida se tomou ou não a vacina, o melhor é procurar a unidade mais próxima com ou sem o cartão.
A transmissão da febre amarela silvestre ocorre no meio de matas. As pessoas que adentram as matas, deslocam-se a lagoas e cachoeiras, e não estão protegidas, estão sujeitas a contrair a doença. A vacina, que é disponibilizada de forma gratuita pelos Programas de Saúde da Família (PSF) e unidades de saúde de Itabira, confere imunidade de 98%.
Vacinação em Itabira
A campanha de vacinação da febre amarela já imunizou mais de 95 mil pessoas em Itabira. A SMS possui um relato nominal de todos as pessoas que tomam a vacina de cada PSF.
A vacina encontra-se disponível na Policlínica; PSF: do Barreiro, Clóvis Alvim, Gabiroba I e II, João XVIII, Centro, Vila Santa Rosa, Pedreira I e II, Eldorado, Praia I, Pará, Senhora do Carmo e Ipoema.
O estado de Minas Gerais recomenda a vacinação de rotina no calendário das crianças, dos adultos e dos idosos. Desde abril de 2017, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda apenas uma dose da vacina durante a vida.
Macacos mortos
Foram encontrados dois macacos mortos em Itabira. Um na região do Barro Branco, dia 13 de janeiro, outro na portaria da mina Conceição, dia 18 deste mês. Todos os dois foram enviados a Belo Horizonte e, depois, reencaminhados à Fundação Educacional de Divinópolis (FUNEDI) para a realização de exames. A previsão do resultado é de 30 dias. A Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com a Polícia Florestal, percorreu toda a região da mina e da Vila Técnica da Conceição, onde não foram registrados novos casos. A mobilização continua e a equipe percorrerá também, a Mata do Intelecto e toda zona rural de Itabira. É importante ressaltar que os macacos não são os transmissores da doença.