Laudo técnico aponta problemas estruturais graves na execução da Machado de Assis

Projeto de construção da avenida, entregue em 2020, não contemplou itens essenciais para durabilidade do asfalto, como o sistema de drenagem 

Um estudo técnico contratado pela atual gestão da Prefeitura de Itabira apontou a existência de deficiências estruturais graves na extensão da avenida Machado de Assis, oficialmente chamada de Integração. Os trechos foram concluídos em 2020 e apresentaram problemas logo depois de entregues à população. Isso porque, segundo o laudo, o projeto executivo desconsiderou itens essenciais de engenharia, como o sistema de drenagem que deveria se estender por toda a via.

Detalhes do estudo foram apresentados à imprensa pelo secretário municipal de Obras, Transportes e Trânsito, Danilo Alvarenga, nessa quarta-feira (25), em entrevista coletiva. Segundo ele, o projeto executivo inicialmente proposto para a construção da avenida é muito diferente do que efetivamente foi utilizado na empreitada. “Entre um projeto e outro foram retirados diversos itens, como a ciclovia e um segundo retorno, mas foi retirado também o sistema de drenagem. E isso é um erro primário, um escândalo, especialmente se tratando daquele local em que está a avenida”, disse o secretário.

O laudo técnico foi elaborado pela EPG Engenharia. No documento, o engenheiro responsável descreve as situações que provocam a incidência de buracos ao longo dos dois sentidos da via. “As áreas remanescentes da obra de terraplenagem entre o pé da encosta até o bordo do passeio foram preenchidas com aterros nivelando o terreno natural com a pista. Estes locais com alto índice de permeabilidade causaram o efeito ‘esponja’ absorvendo as águas empoçadas em direção ao subleito”, aponta. “Em decorrência das condições apontadas é notório afirmar a necessidade de uma drenagem especial para proteger a estrutura do pavimento”, conclui.

“A obra está encaixada em um vale, as laterais da avenida têm um adensamento de vegetação muito grande, têm presença de rochas, e toda água que está nestes morros desce e percorre a avenida. Deveria ter sido feito um trabalho de drenagem nas laterais, um trabalho de impermeabilização e também de compactação de todo bordo da pista, o que não foi realizado”, detalha o secretário Danilo Alvarenga.

Ainda segundo o titular da pasta, a Prefeitura de Itabira não tem previsão orçamentária para executar as intervenções estruturais necessárias para solucionar de vez os problemas da avenida. Os trabalhos, neste momento, vão se concentrar em manter a trafegabilidade da via, com recuperação dos buracos, a exemplo do que já foi feito no ano passado.

“Vamos encaminhar o laudo técnico para o Ministério Público, que já tem um procedimento aberto e está acompanhando as movimentações. A responsabilização é um passo importante, mas caberá aos órgãos competentes. A nós caberá disponibilizar as informações e garantir que o município não seja penalizado”, finalizou Danilo.