Metabase x Vale: Empresa recusa dar aumento aos trabalhadores
“Mais uma decepção”, assim definiu André Viana, presidente do Metabase Itabira, sobre a última reunião com os representantes da Vale nesta quarta-feira (6) em Belo Horizonte. A contraproposta da empresa decepcionou os diretores que participaram da 2ª rodada de negociações para definir o acordo coletivo do trabalho 2019/2020. A empresa oferece a correção salarial pelo Índice Nacional de Preço ao Consumidor – INPC que ainda está indefinido pelo governo federal, já que o ano fiscal ainda não encerrou. A empresa ainda ofereceu manutenção do plano de saúde, cartão-alimentação sem reajuste, mas com pagamento de um 13º crédito após 10 dias úteis depois da assinatura do ACT e reajuste em 70% do INPC para os benefícios (auxílios creche, óculos, funeral, etc). “A Vale mais uma vez apresentou uma contraproposta pífia, vergonhosa e que mostra claramente o respeito que ela tem pelos seus mais de 60.000 trabalhadores. Durante a reunião de ontem mostramos a ela que temos todos os estudos sobre a situação financeira da empresa, mas ainda assim, na maior cara-de-pau da história, ela se manteve fria, calculista, insensível, pensando em seus lucros e nada mais” desabafou o sindicalista e vereador.
A proposta do Metabase Itabira é o reajuste da inflação pelo INPC mais um ganho real de 7%: “Ela tem plenas condições de oferecer um reajuste de respeito ao seu trabalhador. Em 2018 a Vale superou até mesmo os patamares de faturamento da época em que o preço do minério de ferro estava mais elevado. Em 2018 foram 81,1 bilhão de reais. 17 bilhões a mais que o ano de 2017 quando seu desempenho já havia sido positivo. Significa um crescimento de 26,7% em apenas um ano. Isso não é justificativa o suficiente?”, disse André Viana. Ainda de acordo com o presidente do Metabase, o endividamento da empresa nunca foi tão baixo: “Mesmo após o assassinato cometido em Brumadinho, a Vale atingiu um dos índices mais baixos de seu endividamento ao fim do segundo semestre de 2019.
Uma redução de 15,6% no segundo semestre de 2019 em relação ao mesmo período do ano anterior e uma redução de 61,17% em relação à 2016”. Bastante indignado, André Viana disse que “a empresa ainda tem a cara de pau de dizer-nos que o objetivo dela é a “construção de um acordo coletivo que remunere de forma justa os empregados”. Isso é cuspir na cara do trabalhador”. Finalizou. A diretoria aguarda uma nova reunião com a empresa para retomar as discussões para o acordo coletivo.