Polícia investiga morte de mulher após cirurgias plásticas em BH
A Polícia Civil vai abrir inquérito para investigar se um erro médico provocou a morte da bancária Renata Bretas, de 36 anos. Ela morreu na noite de segunda-feira (22), em Itabirito, na região Central de Minas, após ser submetida a dois procedimentos estéticos.
Na última sexta-feira (19), a mulher colocou prótese de silicone e fez uma lipoaspiração nas axilas. As cirurgias foram feitas em uma clínica médica, localizada no bairro Santo Agostinho, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Três dias após a operação, Renata sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu.
A Polícia Civil informou que não foi acionada pelos familiares da bancária e tomou conhecimento do caso por meio da imprensa, mas mesmo assim iniciou os trabalhos para apurar se houve negligência médica. Nesta terça-feira (23), investigadores foram até o local onde o corpo de Renata estava sendo velado, no Cemitério Parque da Esperança, em Itabirito, e, “com autorização da família”, transferiram o corpo até o posto médico legal para exames periciais.
Além disso, conforme a corporação, serão realizadas diligências preliminares e os parentes da bancária vão ser ouvidos para “identificar se há indícios de crime”. O enterro estava previsto para a tarde desta terça em Itabirito. Ela deixa um filho de 6 anos.
Os responsáveis pela clínica foram procurados pela reportagem, mas estavam em atendimento e ainda não se manifestaram.
O Conselho Regional de Medicina (CRM) de Minas também foi procurado e informou, por meio de nota, que tomou conhecimento do caso “e que iniciará os procedimentos regulamentares necessários à apuração dos fatos”. Segundo a autarquia, o médico responsável pelas cirurgias e a clínica onde os procedimentos ocorreram estão em situação regular.
Se constatada irregularidade, as penalidades variam de advertência em aviso reservado, censura confidencial, censura pública, podendo chegar à suspensão do exercício profissional por 30 dias e, em casos mais graves, à cassação do exercício profissional do médico.
Denúncias
Ainda conforme o CRM-MG, todas as denúncias recebidas estão sendo apuradas de acordo com os trâmites estabelecidos no Código de Processo Ético Profissional (CPEP). “Os procedimentos correm sob sigilo. Obedecendo ao CPEP, somente as penalidades públicas impostas aos médicos denunciados podem ser divulgadas”, destacou.
As denúncias feitas ao CRM-MG devem ser formuladas por escrito e, se possível, conter o relato detalhado dos fatos e identificação completa dos envolvidos. Além disso, precisam ser assinadas e documentadas.
Elas podem ser entregues na sede do CRM-MG em BH ou nas regionais, no interior do Estado; enviadas por correio ou para o e-mail processos@crmmg.org.br. “Todos os documentos e imagens devem ser legíveis. Não são aceitas denúncias anônimas”, frisou a autarquia.
Fatalidade
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional Minas Gerais (SBCP-MG) também se manifestou sobre a morte da bancária. A autarquia lamentou o óbito e diz que considera que tratou-se “infeliz fatalidade”, uma vez que o local onde a paciente foi operada é adequado e o médico que realizou o procedimento é devidamente formado, especialista em cirurgia plástica e membro da SBCP-MG, “portanto tendo as devidas credenciais que o habilitam a realizar cirurgias e procedimentos estéticos como os que foram realizados na paciente”.
Em nota encaminhada para a imprensa, a autarquia ressaltou que todos os procedimentos cirúrgicos estão passíveis de intercorrências, mesmo como todos os cuidados no pré-operatório e durante a cirurgia, “por questões que fogem ao controle do cirurgião, como predisposição genética, por exemplo”.
“Alguns riscos são inerentes à cirurgia, independente de sua complexidade e, mesmo com a realização de exames pré-operatórios, não há como prever todos os possíveis problemas que advirão de tais procedimentos”, frisou.
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