Rodrigo Pacheco veta Aécio Neves na chapa
O assunto mais comentado nas rodas da política estadual foi a decisão do PSDB em lançar candidatura própria. Ontem, lembrei aqui que o senador tucano Aécio Neves (PSDB) estava perdendo a pompa que o acompanhou durante as décadas em que esteve no poder.
A decisão do PSDB reflete isso. Aécio queria formatar uma chapa com o deputado federal Rodrigo Pacheco na vaga para o governo mineiro.
Pacheco está no MDB, mas de malas prontas para o DEM. O deputado federal é próximo ao senador Antonio Anastasia (PSDB), entusiasta da pré-campanha dele. O problema é que Aécio tornou-se pessoa non grata em qualquer palanque. Ainda mais quando o candidato não tem lá muita afinidade com ele. Pacheco decidiu então vetar o nome do senador citado por Joesley Batista na chapa.
Uma aliança com Aécio seria prato cheio para os adversários dele. Já circulam nas redes sociais a foto em que o deputado federal e o senador aparecem juntos (com vários outros parlamentares) declarando apoio ao então candidato à Prefeitura de Belo Horizonte, João Leite (PSDB), nas eleições de 2016. A foto é acompanhada de dizeres pejorativos, relacionando as acusações de corrupção contra Aécio à imagem de Pacheco. É como aquele ditado “diga com quem andas…”.
O deputado federal é ligado ao PSDB de Anastasia. Não deve favor a Aécio. Por isso, decidiu impor o veto.
O PSDB, por outro lado, não teve outra saída a não ser lançar candidatura própria.
Agora, falta definir o nome daquele que irá para o sacrifício. No ninho tucano, fala-se em Domingos Sávio ou Marcus Pestana.
É certo e líquido que Anastasia não será candidato. Mesmo com as pressões que têm sofrido de aliados. Ontem, disse ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que trabalhará por ele em Minas. Mas isso não significa ser cabeça de chapa na corrida pelo Palácio da Liberdade.
Pulverização
Com a candidatura própria do PSDB, os mineiros poderão ver uma pulverização eleitoral. Além do tucano a ser escolhido, tem-se ainda Rodrigo Pacheco, Fernando Pimentel (PT), Romeu Zema (Novo), Marcio Lacerda (PSB), Dinis Pinheiro (PP) e outros nomes que podem surgir.
Serão muitas candidaturas da oposição, pulverizando-se também o tempo de televisão e os recursos para financiar as campanhas.
Possibilidades
No xadrez eleitoral por que passa a sucessão em Minas já surgem vários cenários possíveis, todos detalhados em mesas de partidos e conversas informais.
Em um deles, o governador Fernando Pimentel (PT) desistiria de se candidatar. Seria lançado então o prefeito de Betim, Vittorio Medioli (Podemos). O vice seria o secretário municipal Fuad Noman. A chapa contaria com o aval do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS). Acredito que essa possibilidade, discutida internamente, não será viabilizada.
Outra hipótese gira em torno de uma aliança entre o ex-prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB). Ele poderá ser candidato em uma chapa em que Dinis Pinheiro (PP) será postulante a uma das duas vagas de Minas ao Senado.
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