ITABIRA E REGIÃO

Ronaldo Magalhães prevê mais cortes em 2018

Na tarde de ontem (8), o prefeito Ronaldo Magalhães convocou parte da imprensa para divulgar o encerramento do contrato com a empresa Conservo, prestadora de serviços terceirizados para o Município.

Continuar com os serviços da empresa, segundo o prefeito, era a primeira opção da administração, “mas eles têm um deficit do governo passado de R$ 3,5 milhões e o nosso, agora, chegaria a esse valor também, ou seja, seriam R$ 7 milhões. Como eles suportariam pagar o pessoal em dia, o 13º (salário) etc? Então, a opção, já que não conseguimos pagar, foi encerrar o contrato e dispensar, infelizmente, essas pessoas”. Ainda de acordo com Ronaldo, para custear o contrato são retirados cerca de R$ 1,2 milhões dos cofres públicos.

O prefeito destacou ainda, que depois de dez meses de governo continua enfrentando muitas dificuldades econômicas. “Nós chegamos aqui em janeiro e a situação era ruim, mas hoje, ela se encontra pior. Nós tínhamos uma expectativa de que a receita poderia melhorar um pouco no segundo semestre, mas isso não aconteceu. Estamos lutando, ajustando e tivemos que cortar muitas coisas”.

A receita “real” do Município este ano, segundo Ronaldo Magalhães, é de aproximadamente R$ 350 milhões – não entram nesta soma as verbas carimbadas e os empréstimos – e a despesa gira em torno de R$ 385 milhões. “Estamos com um deficit de R$ 30 milhões, mas o previsto no início do ano ficaria em torno dos R$ 100 milhões. Conseguimos cortar R$ 6 milhões mensais, mas ainda estamos com um deficit mensal de R$ 2,5 milhões. Agora temos que escolher o que cortar: pessoas, contratos ou fechar um hospital, por exemplo? Mas, como fechamos um hospital? Então, começamos a mexer com pessoas com muita dor no coração”, afirmou o prefeito.

O secretário municipal da Fazenda, Marcos Alvarenga Duarte, explicou o cenário financeiro do Município e sinalizou uma piora na arrecadação do ano que vem, já que a principal receita é originada do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e esse valor é proporcional à participação do Município no desenvolvimento econômico do Estado. “O índice de participação de cada Município é calculado sobre o que cada um gerou na economia do Estado, levando em consideração os 3º e 4º anos anteriores. Então, estamos recebendo este ano, a média do que foi produzido em 2014 e 2015. Em 2015 já tivemos um nível menor de produção. Quando chegar em 2018 vamos pegar a média de 2015 e 2016, que foram dois anos ruins. O pior reflexo acontecerá lá em 2018”. O secretário ressaltou também, “que mesmo que este ano tenha uma recuperação razoável no preço do minério, isso será refletido lá em 2019”.

Cenário

Ronaldo Magalhães ressaltou que a crise econômica que assola o município é grave. Segundo ele, os recursos oriundos de impostos como ICMS, Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) e Compensação Financeira pela Exploração dos Recursos Minerais (Cfem) caíram drasticamente. No entanto, apesar da queda da arrecadação, o Governo Municipal não tem medido esforços para continuar trabalhando em prol da população. Durante a entrevista, o prefeito lembrou dos investimentos em captação de água e em saneamento básico, operação tapa-buraco, recuperação e melhoramento de cerca de 25% das estradas rurais do município, iluminação pública, programa Cidade Limpa, entre outros. Ronaldo Magalhães destacou ainda que, mesmo diante da dificuldade econômica, a folha de pagamento dos servidores e os repasses para a Câmara de Vereadores estão em dia. “O ano de 2018 será um ano muito difícil para nós. Estamos fazendo as coisas com muita disposição, mas sem tirar os pés do chão. Estudamos alternativas de novos cortes para que possamos continuar investindo em Itabira”, concluiu.

De acordo com Marcos Alvarenga, o valor recebido da Cfem este ano ficou “praticamente R$ 45 milhões a menos em relação a ano passado, especialmente porque em 2016 entrou um recurso extra na Cfem. Assim como nas outras receitas: ISS das obras que a Vale e a própria economia da cidade teve uma queda. Então, nós tivemos cerca de R$ 6 milhões a menos no ISS deste ano”, finalizou o secretário.

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