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Sempre Um Papo chega a Itabira

Por iniciativa do Instituto Cultural Vale chega a Itabira, aos 35 anos de existência, um dos programas de incentivo ao hábito da leitura mais prestigiados do Brasil, o “Sempre Um Papo”. E chega com propósito alongado: traz com ele a primeira edição do Flitabira – Festival Literário de Itabira, em data a ser definida.

Planejado para se realizar mensalmente, o primeiro convidado é um ícone do jornalismo e literatura brasileiros, Zuenir Ventura, que faz a avant-premiére do livro “Minhas Histórias dos Outros”, em edição revista e ampliada, editado pela Companhia das Letras. Com destaque para a entrevista que Carlos Drummond de Andrade concedeu ao jornalista.

Como o programa vai acontecer virtual, devido à pandemia, a live será gerada da cidade de Itabira, onde estará o criador do projeto, Afonso Borges, numa forma inequívoca de demonstrar que o “Sempre Um Papo” pertence à cidade, sem perder a geolocalização. Essa ação poderá ser alterada seguindo as recomendações dos governos estadual e municipal quanto ao deslocamento e isolamento social.​


O evento terá a mediação de Afonso Borges, idealizador do Sempre Um Papo. O encontro com Zuenir Ventura será no dia 14 de abril, quarta-feira, às 19h, com acesso gratuito e transmissão no Youtube, Instagram e Facebook do Sempre Um Papo. A conversa contará com intérprete de Libras.​

O Sempre Um Papo – Itabira é viabilizado com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura, da Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo. O projeto conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Itabira, por meio da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade.​

“Minhas Histórias do Outros” (Cia das Letras)

Neste livro, Zuenir Ventura recorre às recordações de amigos, cadernos de anotação e consultas a jornais e revistas para preencher as lacunas da memória e apresentar personagens que conheceu, como Betinho, Nelson Rodrigues, Brizola, Darcy Ribeiro, Drummond, Carlos Lacerda, João Goulart, Leon Hirszman e quatro Antônios geniais — Houaiss, Callado, Candido e Tom Jobim.​

Em meio a lembranças pessoais e coletivas, Zuenir retrata as mudanças comportamentais, políticas e sociais por que passou o Brasil desde o começo dos anos 1950. Ele relembra experiências dolorosas, como o assassinato de Vladimir Herzog na prisão, fala sobre o convívio com Hélio Pellegrino na cadeia, sofre com a agonia e morte do amigo Glauber Rocha, comenta dilemas éticos do jornalismo, como a decisão de não noticiar o suicídio de Pedro Nava, expõe momentos surpreendentes, como o registro acidental que fez da calcinha branca de Jacqueline Kennedy, e revela frustrações, como a entrevista exclusiva que ele e Rubem Fonseca fizeram com Fidel Castro e que foi proibida de ser publicada. ​

Nas páginas de “Minhas Histórias dos Outros” desfilam momentos marcantes de um país que alterna depressão e euforia, desencanto e esperança. Zuenir Ventura traça um amplo painel que vai da ditadura militar à redemocratização, do atentado ao Riocentro à anistia, da revolução sexual à chegada da Aids, dos anos dourados à explosão do narcotráfico. São mais de sessenta anos de uma trajetória que começa na faculdade, entre professores como Manuel Bandeira, Alceu Amoroso Lima e Celso Cunha, continua nas redações de jornais, passa por Paris, Saint-Tropez, Cannes, Sintra, Lisboa, Viena e Havana, segue pelos labirintos das favelas cariocas e chega até a Amazônia, onde o jornalista conhece Genésio Ferreira da Silva, testemunha chave da morte do líder ambientalista Chico Mendes. Para impedir que o garoto fosse assassinado, Zuenir acolheu-o em sua casa e o manteve sob sua tutela, dos 13 aos 21 anos. Nesta nova edição, revista e ampliada, o leitor terá uma agradável surpresa: o final feliz dessa que foi a mais difícil história das histórias de Zuenir.

Sempre Um Papo Itabira – com Zuenir Ventura

Dia 14 de abril, quarta-feira, às 19h

Local: Youtube, Facebook e Instagram do Sempre Um Papo

Informações: www.sempreumpapo.com.br

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