Veja como foi a terceira rodada de negociações entre o Metabase Itabira e a Vale
A terceira rodada de negociações entre o Metabase Itabira e a Vale sobre o Acordo Coletivo dos trabalhadores terminou no final da tarde desta quarta-feira (21). A diretoria do Sindicato foi convidada para uma nova reunião depois que os diretores fizeram um movimento de repudio, paralisando por uma hora a entrada de 2000 trabalhadores da empresa, devido à falta de diálogo da empresa em querer discutir os “pontos conflitantes” da pauta. “Esse acordo vem se arrastando desde 25 de outubro quando ouvimos a proposta, que apresentou um reajuste de míseros 4,2%, o que resultaria em um ganho abaixo de 1%, já que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, beira os 4%” disse André Viana ao sair da reunião após 6 horas de discussão com representantes da Vale. O presidente do Metabase Itabira repetiu sua fala da primeira reunião: ”Como disse antes, eu sabia que não seria fácil, mas tinha esperança que a Vale fosse ao menos mais respeitosa, já que os trabalhadores estavam batendo recordes de produção e consequentemente, recordes nos lucros, mas infelizmente a empresa realmente demonstra que não está nem aí… pra ninguém”.
O vice-presidente Carlos Estevam “Cacá” disse que “… a Vale prega que o objetivo dela é um Acordo Coletivo que remunere e beneficie de forma justa os empregados, alinhado ao cenário do mercado, oras, o mercado pra Vale nunca esteve tão promissor, está aí pra todo mundo ver, recordes de produção, recordes nos lucros. Se fosse realmente alinhado ao mercado, além do reajuste, teríamos um ganho real que atendesse as expectativas da categoria, responsáveis por todos os recordes e lucros dela”.
Na segunda rodada de negociações (6/11) a empresa subiu para 5% e causou indignação ainda maior entre os diretores. André Viana aumentou o tom do discurso e foi enfático ao dizer “vamos mostrar para que viemos”, o que resultou na paralisação dos trabalhadores. “Se não houver mais discussão apresentaremos em assembleia a proposta oferecida pela empresa ao pessoal (funcionários da empresa). A palavra deles é soberana e eles decidirão se aceitam ou não. Se não aceitarem e esperamos isso, vamos para o dissídio coletivo, ou seja, levamos para o judiciário e lá decidimos” Completou Walisson Ferreira “Docim”, Secretário Geral da instituição.
André Viana vê com expectativa a assembleia que terá data definida. Espera-se um bom número de trabalhadores já que “esse ACT atrasou muito e os funcionários precisam de uma definição. É o primeiro Acordo depois da aplicação da Reforma Trabalhista e isso implica em redobrar nossa atenção nas “entrelinhas” do que está sendo proposto. Há muita que se explicar para o trabalhador, evitando que ele não caia nas armadilhas preparadas pela Vale e na assembleia vamos pontuar uma a uma” Finalizou.
A proposta apresentada é a seguinte:
- Reajuste Salarial: 6%
- Cartão Alimentação: R$745,00 + 13º
- Adicional noturno (6 hs): 3,5%
- Horas in itinere: Substituído pelo “prémio assiduidade)
- Simplificação de resolução de “conflitos trabalhistas”
- Alteração banco de horas negativo e positivo
- Adicional de periculosidade para exposição acima de 20 minutos
- Reposicionamento dos empregados no mínimo da faixa salarial.