GERALPOLÍCIA

Violência psicológica contra mulher em Minas já ocorre tanto quanto a física, aponta Polícia Civil

Levantamento da Polícia Civil de Minas divulgado nesta quinta-feira (14) aponta que os casos de violência psicológica contra as mulheres estão em um patamar muito próximo ao da violência física. A pesquisa indica que até o último domingo (10), entre as mais de 140 mil mulheres em situação de violência este ano no Estado, 38,1% sofreram violência psicológica e 38,2%, violência física.

Ainda de acordo com os dados, entre as quase 55 mil mulheres que sofreram violência psicológica em Minas, a grande maioria (82%) foi classificada como vítima de ameaça. Perseguição e atrito verbal, nesta ordem, seguem como os demais principais motivos da busca pela polícia, nesta modalidade.

As autodeclaradas pardas são as mais atingidas, com 45%. A faixa etária predominante das vítimas está entre 25 e 34 anos (28,2%). Os dados estão disponíveis em um painel de Business Intelligence (BI), aberto para a consulta de todos os cidadãos, na internet. Acesse aqui.

Em 2021, foi aprovada a inclusão da violência psicológica contra a mulher ao Código Penal e, de acordo com a nova lei, o agressor pode ficar de seis meses a dois anos preso, além de pagar multa.

Campanha 

A proximidade das estatísticas entre os dois tipos de violência foi o pontapé para o lançamento, nesta quinta-feira (14), de campanha virtual de conscientização sobre violência psicológica pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). 

Com o tema “Nós vemos a violência que ninguém vê”, a ação contará com divulgação ativa nas redes sociais e busca alertar para as características desse tipo de crime, além das possíveis consequências tanto para a mulher quanto para o agressor. 

“As pessoas sempre se preocupam muito com a violência física. Essa é uma preocupação nossa também. Mas queremos com esse alerta dizer que a violência psicológica é tão comum quanto a física e muitas vezes até mais traumática. Além de traumas, baixa autoestima e diversas doenças da mente, a violência psicológica tende a ser um aviso de que algo pior pode acontecer. Estamos trabalhando, dessa vez, na informação para ajudar a cortar o mal pela raiz”, ressaltou o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Rogério Greco. 

Mais dados 

De janeiro a 10/12, exatas 144.157 mulheres foram vítimas de algum tipo de violência em Minas. Além das destacadas violência psicológica e física, a violência patrimonial representou 4,3% dos abusos neste ano, seguida da violência moral (2,8%) e violência sexual (1,8%). 

As jovens de 12 a 17 anos são as principais vítimas de violência sexual, seguidas de meninas de 0 a 11 anos. 

Já quando o assunto é violência física, mulheres de 25 a 34 anos estão no topo do ranking. A violência patrimonial, por sua vez, ocorreu em maior quantidade com mulheres de 55 anos ou mais. 

O levantamento aponta, ainda, que 67% das mineiras que sofreram algum tipo de agressão foram atacadas pelos seus ex-companheiros ou companheiros atuais. O percentual pode chegar a 70% quando o recorte é feito entre as mulheres autodeclaradas negras. 

Vias de fato é o crime mais recorrente, seguido de lesão corporal. Para saber mais sobre o perfil das vítimas de violência em Minas, acesse o BI aqui. 

Atendimento especializado
 
Estão em pleno funcionamento, em Minas Gerais, 69 Delegacias de Atendimento à Mulher, tanto no interior quanto na capital, para atendimento às mulheres em situação de violência, incluindo casos de importunação ofensiva e violência doméstica e sexual. 

Em Belo Horizonte, a Delegacia de Plantão Especializada em Atendimento à Mulher e a Casa da Mulher Mineira, que completou em 2023 um ano de atuação, abarcam uma série de ações que são fundamentais para acolher a mulher que busca por amparo. 

Fonte: Hoje em Dia

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