Vale ameaça cortar “Livre Escolha” do plano de saúde dos trabalhadores, critica Paulo Soares
Os trabalhadores da Vale poderão ter um dos direitos cortados na Assistência Médica Supletiva (AMS) caso a empresa cumpra as suas ameaças. O assunto foi destacado pelo presidente do Sindicato Metabase de Itabira e Região e vereador, Paulo Soares de Souza (PRB) durante a reunião da Câmara Municipal na tarde desta terça-feira (18).
Segundo Paulo Soares a Vale pretende cortar um benefíciodentro do plano de saúde dos trabalhadores, chamado “Livre Escolha”. Neste atendimento,os beneficiários utilizam os serviços de profissionais ou instituições médicas não credenciados da AMS e a Vale efetua o reembolso parcial das despesas realizadas, limitado aos referenciais de preços em vigor, descontando o percentual de participação no salário do trabalhador.
O benefício da Livre Escolha está definido em Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e garante aos trabalhadores mais cobertura médica. Pois, não limita os atendimentos apenas aos profissionais credenciados. Por exemplo, atualmente nas despesas com tratamento psicológico e psicoterápico a empresa reembolsa 40% das despesas,observados os limites máximos semestrais de R$ 1.532,71no tratamento clínico, por beneficiário e R$ 3.065,44, no tratamento em regime de internação, por beneficiário.
Em outros casos, como por exemplo o de tratamento de dependente portador de necessidades especiais, a empresa realiza 90% do reembolso, limitado ao valor equivalente a R$ 2.117,59 por mês.
O corte deste benefício, reclamou Paulo Soares, prejudicará muitas famílias. Em um discurso duro, o vereador criticou a intenção da Vale e deixou claro que não irá negociar perda de direitos e garantias com a empresa.
“É um ato covarde da Vale quando o diretor da empresa chama o presidente do Metabase para falar que vai cortar este benefício.Uma empresa que aproveita este momento difícil que os trabalhadores atravessam, com a crise econômica e política, para levar vantagem. Eles alegam que o AMS tem um custo de R$ 80 milhões e deixam claro que o trabalhador não merece este benefício, mas já falamos que não vamos ceder por indenização nenhuma, nós não assinamos corte de benefício, coloquei isso com muita clareza à empresa”, defendeu o sindicalista.