POLÍTICA

Dilma presta depoimento para Moro em Belo Horizonte

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) prestou depoimento na Justiça Federal em Belo Horizonte na manhã desta sexta-feira, na condição de testemunha, em um processo que apura supostos pagamentos de propina ao ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, Aldemir Bendine.

Via videoconferência, a ex-presidente foi foi ouvida pelo juiz federal Sérgio Moro. Dilma está na capital mineira cuidando da saúde da mãe e, por isso, seus advogados fizeram o pedido para que ela prestasse depoimento em BH.

O pedido para que ela prestasse o depoimento em Belo Horizonte foi feito porque a ex-presidente está na capital cuidando da saúde da mãe.

A petista, sem falar com a imprensa, chegou às 10h50 no prédio da Justiça Federal para a videoconferência, marcada para as 11h. A ex-presidente deixou a sala por volta das 11h30.

Bendine

O ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine chamou Dilma para depor como sua testemunha de defesa na Operação “Lava Jato”. O executivo é acusado de receber R$ 3 milhões em propinas da Odebrecht.

Além de Bendine, são acusados os operadores financeiros André Gustavo Viera da Silva e Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior e Álvaro José Galliez Novis e os executivos Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, da Odebrecht. A força-tarefa da “Lava Jato” acusa o grupo pelos crimes de corrupção passiva, corrupção altiva, lavagem de dinheiro, pertinência a organização criminosa e embaraço à investigação de infrações penais.

Dilma faz parte de rol de 17 testemunhas. Bendine assumiu à Presidência da Petrobras em 2015, indicado pela então presidente. Ele substituiu Graça Foster. A missão do executivo, segundo amplamente divulgado pelo governo e por ele próprio ao tomar posse, era ajustar o balanço da companhia e contabilizar as perdas com a corrupção diante do escândalo que já fazia a petroleira sangrar desde março de 2014.

Bendine saiu do Banco do Brasil para a estatal petrolífera. Era um nome de confiança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente da Petrobras está preso – foi capturado em 27 de julho na Operação Cobra, fase 42 da “Lava Jato”.

Estão na lista dos convocados o vice-presidente de negócios de atacado do BB Antonio Mauricio Maurano Paulo Ricci, o vice-presidente de distribuição de varejo Walter Malieni Junior e o ex-presidente do banco Alexandre Corrêa de Abreu, sucessor de Bendine.

Bendine arrolou ainda o presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Nelson Carvalho, e três integrantes da diretoria executiva da estatal: Solange Guedes Roberto Moro e Jorge Celestino.

Segundo a denúncia, Aldemir Bendine inicialmente fez um pedido de propina no valor de R$ 17 milhões, quando era presidente do Banco do Brasil, “para viabilizar a rolagem de dívida de um financiamento da Odebrecht Agroindustrial”. A acusação aponta que os executivos Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, delatores da “Lava Jato”, teriam negado o pedido porque entenderam que Bendine não teria capacidade de influenciar no contrato de financiamento do Banco do Brasil.

A força-tarefa afirma que “na véspera” de assumir a presidência da Petrobras, em 6 de fevereiro de 2015, Bendine e um de seus operadores financeiros novamente solicitaram propina a Marcelo Odebrecht e Fernando Reis. A denúncia afirma que desta vez o pedido foi feito para que o grupo empresarial Odebrecht não fosse prejudicado em seus interesses na estatal petrolífera, bem como para que pudesse ser beneficiado de alguma maneira, inclusive no que se refere às consequências da “Lava Jato”.

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