ECONOMIAGERALITABIRA E REGIÃO

AREIA SUSTENTÁVEL: METABASE ACITA E VALE INICIAM DISCUSSÕES

Produto que reduz a geração de rejeitos aumenta possibilidade de diversificação econômica de Itabira. 

Foto: Marcelo Gasparino (Coordenador do Comitê de Sustentabilidade e Membro do conselho de administração da Vale)
– Eugênio Müller (Diretor da ACITA)
– André Viana (Presidente do Metabase e membro do Conselho de Administração da Vale)

As instituições representam a força econômica do município, já que concentram os trabalhadores (Metabase), comércio, indústria, serviços e agropecuária (Acita) e atividade de extração mineral (Vale). Baseados em estudos da mineradora, chegaram à conclusão da possibilidade do uso da areia, extraída dos rejeitos, para o desenvolvimento de um novo parque industrial em Itabira. Isso é possível, tanto é que a empresa, processou somente em 2021, mais de 250 mil toneladas do produto e foram destinados à venda para empresas ou doação a prefeituras. Ainda de acordo com a Vale, já foram negociadas mais de 1 milhão de toneladas de areia para empresas de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e o Distrito Federal.

A perspectiva para 2023 é de ainda mais crescimento, alcançando 2 milhões de toneladas. André Viana, presidente do Metabase Itabira destacou a importância deste momento: “Discutimos há tempos a diversificação econômica do município: polo em educação, facilitadores para implantação de indústrias, mas a economia circular é a mais nova realidade. Sustentabilidade, desenvolvimento sustentável são palavras que compõem essa economia e Itabira já dispõe de um produto que irá alavancar nosso economia regional: o rejeito de minério, que devidamente processado, se transforma em areia e além da construção civil, pode ser usada em cimento, pavimentação e até pré-moldados de concreto”.

O processamento do rejeito produzido pela empresa traz a redução da disposição de rejeitos no meio ambiente, diminuindo o impacto causado, inclusive à sociedade. “A tendência natural é o “desaparecimento” das pilhas e barragens de rejeito, já que todas essas estruturas serão transformadas em areia e utilizadas em ações que já citei”, disse o presidente do maior sindicato da região. Eugênio Muller, diretor da Acita, disse que “a cidade de Itabira possui diversos ativos que contribuem fortemente para a atração de empresas que usem esta areia na fabricação de produtos que vão desde vidros até indústria alimentícia: disponibilidade de áreas para instalação de um novo parque industrial, logística privilegiada com a ferrovia, energia com a possibilidade de um ramal de gás natural, mão de obra capacitada e universidades com imenso potencial inovador e tecnológico. Sob o ponto de vista da sustentabilidade, transformar um passivo ambiental em produtos faz florescer novas indústrias no município, ampliando a perspectiva de iniciar um virtuoso ciclo de desenvolvimento socioeconômico numa celeridade até então inimaginável”.

O empresário Muller destaca a união: “Para transformar todo este potencial em realidade, gerando empregos, renda, desenvolvimento socioeconômico, sustentabilidade ambiental e diversificação econômica há um longo caminho. É necessário a convergência dos interesses e das forças políticas, econômicas e sociais da cidade no sentido da construção de uma agenda de trabalho que trilhe objetivos comuns”, salientou o diretor da Acita. 

Reconversão econômicaEste assunto também é tema de discussão no Projeto de Reconversão Produtiva de Itabira. O projeto visa contribuir para a redução da dependência econômica em relação à atividade minerária e identificar novas possibilidades de sustentação econômica e desenvolvimento local. Em 2021 foi realizado na Acita o Seminário de Alternativas Econômicas Locais de Itabira e Região. Teve como objetivo explicar o plano de atuação do projeto e as perspectivas de futuro em Itabira e região. Esta ação é uma iniciativa da Prefeitura de Itabira, Sebrae, Acita, Unifei, Fiemg, Ibram, Amig e Governo de Minas. Conta com o apoio do Metabase Itabira. 

Entenda:

De acordo com a Vale, foram realizados investimentos na ordem de R$ 50 milhões no desenvolvimento de uma areia produzida a partir de adequações na operação de minério de ferro em Minas Gerais. O material arenoso, anteriormente descartado em pilhas e barragens, é processado e transformado em produto, seguindo os mesmos controles de qualidade da produção de minério de ferro. Após sete anos de pesquisa, a “Areia Vale” chega à indústria da construção civil como uma alternativa 100% legal e eficiente para uso em cimento, pré-moldados em concreto, blocos intertravados, pavimentação, entre outros.

O que antes era rejeito, agora, retorna para um novo tratamento e torna-se um produto com alto teor de sílica e baixo teor de ferro. Por tratar-se de um processamento essencialmente físico, a areia não apresenta toxidade, visto que não sofre alteração na composição dos materiais. Outro ponto positivo para a construção civil, é que o produto apresenta alta uniformidade química e granulométrica.

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